Oi gente! Como vocês estão nesse domingo de preguiça?
Tô empolgada pela mudança do blog para o novo endereço, se tudo der certo essa vai ser a última postagem nesse domínio, e a próxima já será no Mari The Reader \o/ (quero ver todos vocês por lá!)
Hoje vim trazer a resenha desse livro maravilhoso e cativante, que é uma fofura! Tive a oportunidade de ler Cartas de Amor aos Mortos e me surpreendi com o quanto gostei do livro! O ditado "nunca julgue um livro pela capa" nunca foi tão verdadeiro, porque me enganei pensando que se tratava de um livro meio mórbido (não sei de onde tirei isso! Hahaha).
A verdade é que esse livro é uma fofura só, e eu que não sou lá muito fã de YA acabei me deliciando com a leitura. Apesar de ter visto algumas comparações com "As Vantagens de Ser Invisível", eu não concordo totalmente - alguns elementos do enredo são iguais, mas a escrita é totalmente diferente. Gostei mais de Cartas de Amor aos Mortos e não tive outra opção a não ser classificar com cinco de cinco estrelas!
Esse foi um dos livros escolhidos na minha TBR Jar em outubro, e confesso que não estava lá muito empolgada com a leitura. Não sou muito fã de YA em geral e achei a ideia do enrendo desse livro (que você pode conferir na sinopse, clicando aqui) meio mórbida. Não conseguia parar de pensar "porque escrever cartas de amor aos mortos, se tem tanta gente viva pra amar?!", não achei muito sentido. Mas, TBR Jar é boa nessas horas de relutância (porque fazer outro sorteio não vale!) e lá fui eu pra leitura. E me apaixonei!
Achei a Laurel cativante, e uma das poucas adolescentes literárias que não achei insuportável (cof cof Alasca). Em um momento difícil da vida como é a adolescência, ela enfrenta várias situações difíceis (como o divórcio dos pais e a mãe se mudando pra longe) e tenta se adaptar da melhor maneira, tenta fazer novos amigos, ter novos interesses.
Adorei a maneira com o que o livro aborda o tema de perda, que nunca é um tema fácil e se torna especialmente complicado quando se trata de YA. O que me prendeu no livro, do começo ao fim, foram as cartas; nunca tinha realmente parado para pensar no quanto algumas pessoas influenciaram e influenciam na vida de tantas pessoas, ainda que essas pessoas não se conheçam ou já estejam mortas há muito tempo.
Me identifiquei com a Laurel em muitos aspectos nesse sentido, principalmente com a influência de Kurt Cobain na vida dela e como ela se identificava com as músicas dele. Impossível não ler esse livro e não pensar em quantas pessoas nos influenciam, e no que nos faz identificar com as músicas, as poesias, os livros (ahh os livros!). O que era um trabalho de inglês para Laurel acabou se tornando um diário sobre tudo aquilo que ela não conseguia conversar com ninguém, para as pessoas com que ela se identificava. É ou não é uma ideia incrível?
Não teve como dar outra nota que não fosse essa: ✩ ✩ ✩ ✩ ✩
Fiquei surpresa com algumas avaliações negativas do Goodreads; algumas resenhas caracterizando o livro como infantil (ué, e tem algum YA que não é?!), pretensioso (realmente não entendi essa), com uma protagonista excessivamente passiva, entendiante. O que posso dizer sobre isso é: esse livro é sobre perdas e como elas afetam a vida de um jovem adulto; e cada um lida com a perda de um jeito. E eu gostei do jeitinho confuso da Laurel de ser. Leiam e se emocionem vocês também!
Guia de Leitura de Cartas de Amor aos Mortos
No livro são citados alguns mortos que talvez vocês não conheçam. Pensando nisso, resolvi fazer um pequeno (pequeno mesmo!) resumo sobre as pessoas que ela citou. Recomendo que pesquisem mais sobre eles, achei muitas coisas interessantes quando pesquisem pra esse post! Vou tentar deixar todos os links, pra facilitar.
Kurt Cobain (20/02/1967 - 08/04/1994)
Kurt foi o vocalista do Nirvana, compositor e músico. Começou sua carreira ainda adolescente, interpretando músicas de bandas famosas das quais era fã, como AC/DC. No ensino médio formou uma banda com seu amigo Krist Novoselic e em 1989 encontrou finalmente um baterista que se adequava ao novo estilo grunge que criou, David Grohl, Com o 2º álbum da carreira de Kurt e o 1º da banda, Nevermind, o Nirvana encontrou o sucesso mundial. Depressivo e viciado em drogas desde a adolescência, Kurt cometeu suicídio e foi encontrado morto no dia 08 de abril de 1994.
Judy Garland (10/06/1922 - 22/06/1969)
A atriz e cantora começou a carreira aos 13 anos, em um grupo musical formado com suas irmãs, chamado The Gumm Sisters. Após 4 anos de uma carreira em ascensão e um contrato com a produtora MGM, Judy interpretou seu maior sucesso na tv, O Mágico de Oz e imortalizou a canção Over The Rainbow, dentre outras. Devido ao sucesso precoce e aos trabalhos incessantes, Judy fazia uso frequente de medicamentos como soníferos, controladores de apetite e barbitúricos; o que a levou ao vício e posteriormente, à morte. Indicada a diversos prêmios (dentre eles o Oscar, por duas vezes) e vencedora de dois Grammy Awards e três Emmy Awards, a atriz participou de mais de 40 filmes e mais de mil espetáculos. Judy Garland foi encontrada morta em sua casa em Londres, no dia 22 de junho de 69, por seu marido Mickey Deans. Aos 47 anos, a atriz deixou três filhos e seu legado de imenso talento.
Elizabeth Bishop (08/02/1911 - 06/10/1979)
Considerada uma das maiores poetisas americanas, Elizabeth Bishop foi marcada por perdas trágicas desde o nascimento: seu pai faleceu quando ela tinha apenas 8 meses de vida e a mãe, abalada, foi internada em uma instituição mental logo depois, onde ficaria até sua morte, 18 anos depois, sem contato com a filha. Criada pela família materna, Elizabeth exilou-se voluntariamente no Brasil aos 40 anos, morando no Rio de Janeiro e em Ouro Preto-MG. Voltou aos EUA após o suicídio de Lota Macedo Soares, com quem teve um romance de longa data. A poetisa vencedora do prêmio Pulitzer de 1955 pela obra "Poems: North and South – A Cold Spring", faleceu em 06 de outubro de 1979, aos 68 anos, vítima de um aneurisma.
Amelia Earhart
(24/06/1897 - desaparecida em 02/07/1937)
Amelia foi uma das pioneiras na aviação feminina e na defesa dos direitos das mulheres. Aos 23 anos se encantou pela aviação, ao participar de um voo com Frank Hawks e um ano depois, começou aulas de aviação; se formando como a 16º mulher a possuir uma licença. Recordista em mais de vinte recordes mundiais de velocidade e distancia, Amelia se tornou a primeira mulher a voar sobre o Atlântico sem escalas, ganhando diversas medalhas e impulsionando seu sonho de viagem de volta ao mundo. Desapareceu quando fazia sua segunda tentativa dessa viagem, presumivelmente próxima a Ilha de Howland, localizada entre o Havaí e a Austrália. Após 67 dias de uma busca que custou cerca de 4 milhões de dólares, realizada tanto pelo mar quanto pelo ar, Amelia foi oficialmente declarada desaparecida e dois anos depois, presumivelmente morta. Em outubro desse ano, o grupo The International Group for Historic Aircraft Recovery (TIGHAR) anunciou ter encontrado um fragmento do avião, em Nikumaroro (também conhecida como Ilha Gardner), uma ilha desabitada ao sul do oceano Pacífico (você pode ler mais sobre a descoberta clicando aqui, em inlgês)
River Phoenix (23/08/1970 - 31/10/1993)
Ator incrivelmente famoso em sua curta carreira, River Phoenix foi um dos ícones do mundo de Hollywood nos anos 80. Mundialmente conhecido após filmes como Stand By Me e Indiana Jones e a Última Cruzada, o ator era visto como jovem estrela em ascensão, considerado pela mídia como "James Dean dos anos 80". River era atuava publicamente como defensor dos direitos dos animais, era vegetariano e ambientalista. Ao lado de sua irmã e três amigos criou uma banda (chamada Aleka's Attic) para arrecadar fundos para o PETA e comprou vários acres de florestas virgens, para evitar seu desmatamento. Com o seu envolvimento com as drogas desconhecido do público em geral, sua morte, do lado de fora de uma boate de Johnny Depp chamada Viper Room, foi um choque; e a imprensa explorou essa tragédia por anos, como vocês podem ver nessa entrevista em novembro de 1993. O assunto só deixou a mídia após a morte de Kurt Cobain. River morreu após uma overdose de heroína e cocaína, aos 23 anos, ao lado de seu irmão Joaquin Phoenix, sua irmã Rain e sua namorada Samantha Mathis.
Janis Joplin (19/01/1943 - 04/10/1970)
Considerada a Rainha do Rock e a maior cantora dos anos 60, Janis Joplin iniciou a carreira ainda adolescente, interpretando músicas de cantoras de blues como Bessie Smith, Odetta, and Big Mama Thornton. Mudando-se para São Francisco em 1963, Janis cantou sozinha e também com algumas bandas, até que encontrou o sucesso após sua performace no Monterey Pop Festival, em 1968, tornando-se uma das principais estrelas musicais no final dos anos 60, com recordes de vendas em todos os seus álbuns. Dois anos depois, após não comparecer no estúdio de gravações onde trabalhava, Janis Joplin foi encontrada morta pelo produtor John Cook, no quarto 105 do Landmark Motor Hotel, em Hollywood na California, com apenas 27 anos. Após investigações e autópsia, a causa da morte foi confirmada como overdose de heroína e álcool.
Jim Morrison (08/12/1943 - 03/07/1971)
Ator, compositor e escritor, Jim Morrison foi eternizado como vocalista da banda de rock The Doors, fundada em 1965 com três amigos. A banda alcançou sucesso mundial, lançou nove álbuns (sendo três após a morte de Morrison) e foi vencedora de 7 discos de platina, 3 discos de ouro e 1 de diamante. Além da banda, Morrison era escritor e publicou dois volumes de poesias, intitulado The Lords and The New Creatures. A literatura teve grande influencia na vida de Morrison, que escolheu o nome da banda baseando-se no livro de Aldous Huxley, As Portas da Percepção (The Doors of Perception). Jim Morrison foi encontrado morto em um apartamento em Paris, aos 27 anos, com suspeita de overdose de heroína. Como seu corpo nunca foi autopsiado, no registro original consta apenas "ataque cardíaco".
Amy Winehouse (14/09/1983 - 23/07/2011)
A cantora e compositora teve uma carreira meteórica após ser descoberta em 2001. Praticamente irreconhecível no final da carreira, devido ao abuso de drogas e alcool, Amy era uma jovem com extenso alcance vocal, como pode ser visto nesse vídeo, e alcançou a posição nº1 em 23 países, com o seu segundo álbum, Black to Black, que vendeu mais de 6 milhões de cópias. Vencedora de seis Grammy Awards, a cantora enfrentou problemas com as drogas desde os 14 anos, e sofreu com os ataques dos paparazzi à sua privacidade. Somado ao seu relacionamento conturbado com Blake Fielder-Civil (com quem se casou em 2007 e quem assumiu publicamente ter apresentado Amy à heroína), a cantora enfrentou diversos problemas psiquiátricos, como depressão e anorexia. No dia 23 de julho de 2011 a polícia foi chamada pelo serviço de emergência de Londres para o endereço da cantora, após o relato de uma mulher ter sido encontrada desacordada. Amy Winehouse foi encontrada morta, aos 27 anos, devido a overdose de álcool.
Heath Ledger (04/04/1979 - 22/01/2008)
O ator australiano foi reconhecido por seu talento em diversos papéis, como em 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você, O Patriota e O Segredo de Brokebck Mountain, e imortalizado no papel de Curinga em Batman: The Dark Knight. Sua mãe, Sally, o batizou com o diminutivo de Heathcliff, o protagonista do livro O Morro do Vento Uivantes. Sua carreira teve início aos 16 anos, com pequenos trabalhos em Sidney; mas o reconhecimento só veio em 1999, com o filme 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você. Durante as gravações de Batman, o ator supostamente havia declarado problemas de insônia, e começado a fazer uso de medicamentos. Heath foi encontrada morto em seu hotel, às 15h de 22 de janeiro de 2008; e sua morte foi considerada como intoxicação acidental causada por remédios prescritos. Ele tinha 28 anos e deixou uma filha, Matilda. O filme Batman: The Dark Knight foi lançado em 14 de julho de 2008 e rendeu à Heath o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.
Allan Lane (22/09/1904 - 23/10/1973)
Mais conhecido como Allan "Rocky" Lane, o ator atuou em mais de 125 filmes de faroestes nos anos 50, tornando o grande cowboy para o público da época. Após o declínio dos filmes de faroeste, no início dos anos 60, Allan esteve pouco presente no mundo cinematográfico. A melhor oportunidade que teve foi ao ser dirigido nada menos que por Alfred Hitchcock na série produzida pelo Mestre do Suspense chamada “Alfred Hitchcock Presentes”. O episódio chamou-se “Cordeiro na Matança” e o próprio Hitchcock o dirigiu. Alcançou o sucesso novamente ao dar a voz ao personagem Mr. Ed, o cavalo falante da série homônima, de 1961 a 1966; papel que supostamente o constrangia (ele teria exigido que seu nome não fosse exibido durante os créditos) e que a Laurel cita no livro como sendo o preferido de sua tia. Allan "Rocky" Lane faleceu aos 69 anos, vítima de um câncer nos ossos.
E. E. Cummings (14/10/1894 - 03/09/1962)
Edward Estlin Cummings, usualmente abreviado em letras minúsculas como e. e. cummings (como assinava) foi um poeta, pintor e dramaturgo americano. Durante sua vida, Cummings publicou mais de 900 poemas, dois romances e diversos ensaios e pinturas. É lembrado como uma das vozes mais importantes na literatura do século XX, e considerado um dos grandes percussores da poesia concreta. Em seus trabalhos, o poeta explorava e criava novas formas de pontuação e síntese, abandonando a estrutura convencional da poesia. Apesar de criticado, Cummings logo alcançou o sucesso, principalmente entre os jovens leitores, graças a sua linguagem simples e a sua abordagem de temas como a guerra.
e.e.cummings morreu aos 68 anos, vítima de AVC, consagrado como o segundo autor mais lido nos Estados Unidos.
John Keats (31/10/1795 - 23/02/1821)
John Keats foi um poeta romântico inglês. Apesar de ter passado anos em treitamento para se tornar cirurgião, aos 19 anos abandonou a carreira para se dedicar exclusivamente à literatura. Dois anos depois, Keats publicaria seu primeiro livro, intitulado "Poemas", com trinta sonetos e poemas. Apenas um ano depois, o poeta começou a apresentar os sintomas da doença que o mataria, tuberculose, em 1821, com apenas 26 anos de idade. Ainda sim, em sua curta carreira, John Keats foi aclamado postumamente (já que suas obras só começaram a ser publicadas 4 anos antes de sua morte) como um dos maiores poetas românticos de sua época. Seu romance com Fanny Brawne, tragicamente encerrado quando John partiu para a Itália, sabendo que nunca mais a veria inspirou o filme Brilho de Uma Paixão.
Fontes
Os 20 Anos da Morte de Kurt Cobain - Revista Rolling Stone Brasil
Biography - Judy Garland (em inglês)
Elizabeth Bishop: Notas Biográficas de Uma Escritora Norte-Americana
Amelia Earhart - The Official Website (em inglês)
River Phoenix Forever (blog super legal, em português)
River Phoenix (em inglês)
Janis Joplin (em inglês)
Jim Morrison (em inglês)
Reportagem da BBC sobre a morte de Amy Winehouse
Obituário de Heath Ledger no Thelegraph UK (em inglês)
Heath Ledger Official Website (em inglês)
Heath Ledger: A Tribute (em inglês)
Allan "Rocky" Lane: O Mocinho Sem Amigos - Blog westerncinemania
Allan Lane no B-Westerns.com (em inglês)
e.e.cummings na Wikipedia
e.e.cummings no poets.org
John Keats (em inlgês)
A Efemeridade da Vida e Na Poesia de John Keats - Blog Obvious
Oi, Mari!
ResponderExcluirNão conhecia esse livro, não! Achei a ideia interessantíssima! Pelo menos no âmbito musical, toda minha influencia é de pessoas que já partiram dessa para uma melhor!
Eu também não sou chegado em livros com protagonistas adolescentes e quando vejo algo como "...e seu primeiro amor: um garoto misterioso..." saio correndo, mas, pelo o que você falou, acho que vale a pena! (Se eu conseguir encaixá-lo em alguma categoria do Reading Challenge, lerei!!! HAUHAUAHAHA)
Detalhe: Não lembrava que Heath Ladger tava em O Patriota!!! Preciso rever esse filme urgente!!!
=D
http://osdragoesdefogo.blogspot.com/
Oi Kaio!
ResponderExcluirPois é, também achei bem legal a ideia, não sou de ler resenhas, mas ainda bem que li a desse livro, foi o que me ganhou! Mesmo assim me surpreendeu, foi melhor do que eu esperava :D
A medida em que fui lendo o livro já meio que esperava o Ladger, mas o River Phoenix me pegou absolutamente de surpresa, quase caí da cama, HAHAHA :P
Ninguém mais lembra dele e eu adorava, foi um dos meus primeiros ídolos na adolescência e minha primeira decepção também; aquela carinha de bom moço e depois os escândalos, nossa, foi tenso! Hahaha.
Acho que dá pra encaixar em um monte de categorias, não consegui descobrir a idade da Ava mas imagino que seja menos que 30 anos (a não ser que ela tome a poção da imortalidade igual a Avril e o Johnny Depp!)
Mas lê mesmo, acho que você vai gostar! :D