Oi, gente!
Esse resenha dupla que trago hoje é mais do que especial. Não só pelo livro ou pelo filme em si, mas também por se tratar de uma história real: a vida do jovem Chris McCandless, um leitor voraz e um sonhador que virou mochileiro e um belo dia resolveu largar tudo e explorar o Alasca, vivendo na natureza selvagem.
É tão lindo e emocionalmente complexo que é difícil colocar em palavras, mas faço essa resenha simplesmente por que vocês precisam conhecer essa história! Vem comigo ;)
Fiz essa leitura logo no começo de junho, esperando mergulhar no filme assim que acabasse o livro. A verdade é que as coisas não foram bem assim: levou um tempo para digerir toda aquela emoção que o livro trouxe, e esperei algumas semanas antes de assistir o filme. Sem mais delongas, vamos a resenha!
O Livro
O livro conta a história de Chris McCandles, um jovem americano que era considerado por todos de inteligência acima da média e um pensador revolucionário, que acreditava que "carreira era uma invenção do século XXI e que ele não a queria". Virou mochileiro antes dos vinte anos, por diferenças de opiniões com seus pais, mas principalmente porque desaprovava a sociedade como um todo. Pelo seu modo de pensar e de agir, ele não se encaixava no modelo de ~filho de classe média alta~ e buscou por todos os meios se refugiar.
Mesmo sem o conhecimento, e inicialmente a experiência, Chris viajou os Estados Unidos de ponta a ponta, às vezes de carro, as vezes de carona e chegou até a percorrer um rio até a divisa com o México, sem nunca ter andado de caiaque e, acreditem ou não, com medo de água.
Todas essas viagens eram apenas uma preparação para o grande desafio de sua vida: o Alasca. Chris tinha a intenção não só de chegar ao Alasca, como também de viver lá, da caça, da pesca e das plantas, sem nenhum contato com o mundo exterior. Ele se preparou o melhor que pode para realização de seu maior sonho, e é fascinante quando o autor nos relata os passos de Chris, sua preparação física, os trabalhos temporários para conseguir dinheiro suficiente para comprar suprimentos. Ainda sim, fica claro desde o início que havia muitas falhas na preparação para um lugar tão inóspito e de clima tão inclemente como o Alasca. O que mais me chamou a atenção é que ele sequer conhecia, geograficamente, onde iria ficar, tudo que ele sabia era que havia uma trilha e que ele iria por ela.
Ainda sim, muitos acontecimentos que ele não poderia prever aconteceram durante a trajetória, e algumas partes do livro são extremamente angustiantes, especialmente no que se refere a comida. Além de insatisfatória, era nitidamente insuficiente; e a sua luta com a caça envolve o leitor em cada página. Apesar de ser um livro já bastante conhecido, e também graças ao filme, imagino que a maioria de vocês já saiba o final da história, a essa altura. Ainda sim, para os poucos que não leram ou assistiram o filme, prefiro não dar nenhum spoiler.
No geral, não é livro muito fácil de ler: o nível de tensão e angústia de algumas páginas ficou na minha mente por muitos dias. Mas, o que marcou mesmo a leitura foi a forma de pensar do Chris, a filosofia por trás de cada ação e, especialmente, o amor dele pelos livros. Além de ter uma personalidade relacionável em muitos pontos, a escrita do autor é primorosa nos detalhes, sem se tornar entediante em nenhum momento. É aquele tipo de livro que só é possível definir como Espetacular, assim com letras maiúsculas e tudo.
O Filme
Depois de todas as emoções que o livro me despertou, não tive outra escolha a não ser esperar alguns dias para conseguir ver o filme. Quando finalmente criei coragem, a sensação que tive foi que passei duas horas e meia sem sequer piscar os olhos: o filme é extremamente envolvente.
Filmado em 2007, Na Natureza Selvagem tem uma das maiores notas no IMDb: 8,2, está na lista de 200 melhores filmes do mundo e foi indicado a dois Oscars: de melhor ator coadjuvante para Hal Holbrook e melhor edição. Quanto a edição, considero super merecido, e fotografia do filme também é incrível! Mas me espanta que o protagonista, Emile Hirsh, não tenha sido indicado como melhor ator: a atuação dele como Chris é incrível.
O filme é um pouco longo, pouco menos de duas horas e meia de duração, e ainda sim encontrei falhas incríveis em relação ao livro. As motivações de Chris e sua preparação para a viagem ao Alasca foram apenas superficialmente abordadas, dando a sensação de que ele era apenas um menino rico inconsequente que queria se mostrar. O lado mais humano, a inteligência e as informações que ele buscou ao longo do caminho muitas vezes nem sequer foram mostradas, o que eu realmente achei uma pena. Por outro lado, muitos detalhes do livro também ficaram de fora, pessoas que conviveram com Chris ao longo da jornada que nem sequer foram citadas. O lado "aventureiro/mochileiro" foi o que mais prevaleceu, e ainda sim, considero um dos melhores filmes que já vi. Vale a pena conferir, com certeza!
Mesmo sem o conhecimento, e inicialmente a experiência, Chris viajou os Estados Unidos de ponta a ponta, às vezes de carro, as vezes de carona e chegou até a percorrer um rio até a divisa com o México, sem nunca ter andado de caiaque e, acreditem ou não, com medo de água.
Todas essas viagens eram apenas uma preparação para o grande desafio de sua vida: o Alasca. Chris tinha a intenção não só de chegar ao Alasca, como também de viver lá, da caça, da pesca e das plantas, sem nenhum contato com o mundo exterior. Ele se preparou o melhor que pode para realização de seu maior sonho, e é fascinante quando o autor nos relata os passos de Chris, sua preparação física, os trabalhos temporários para conseguir dinheiro suficiente para comprar suprimentos. Ainda sim, fica claro desde o início que havia muitas falhas na preparação para um lugar tão inóspito e de clima tão inclemente como o Alasca. O que mais me chamou a atenção é que ele sequer conhecia, geograficamente, onde iria ficar, tudo que ele sabia era que havia uma trilha e que ele iria por ela.
Ainda sim, muitos acontecimentos que ele não poderia prever aconteceram durante a trajetória, e algumas partes do livro são extremamente angustiantes, especialmente no que se refere a comida. Além de insatisfatória, era nitidamente insuficiente; e a sua luta com a caça envolve o leitor em cada página. Apesar de ser um livro já bastante conhecido, e também graças ao filme, imagino que a maioria de vocês já saiba o final da história, a essa altura. Ainda sim, para os poucos que não leram ou assistiram o filme, prefiro não dar nenhum spoiler.
No geral, não é livro muito fácil de ler: o nível de tensão e angústia de algumas páginas ficou na minha mente por muitos dias. Mas, o que marcou mesmo a leitura foi a forma de pensar do Chris, a filosofia por trás de cada ação e, especialmente, o amor dele pelos livros. Além de ter uma personalidade relacionável em muitos pontos, a escrita do autor é primorosa nos detalhes, sem se tornar entediante em nenhum momento. É aquele tipo de livro que só é possível definir como Espetacular, assim com letras maiúsculas e tudo.
O Filme
Depois de todas as emoções que o livro me despertou, não tive outra escolha a não ser esperar alguns dias para conseguir ver o filme. Quando finalmente criei coragem, a sensação que tive foi que passei duas horas e meia sem sequer piscar os olhos: o filme é extremamente envolvente.
Filmado em 2007, Na Natureza Selvagem tem uma das maiores notas no IMDb: 8,2, está na lista de 200 melhores filmes do mundo e foi indicado a dois Oscars: de melhor ator coadjuvante para Hal Holbrook e melhor edição. Quanto a edição, considero super merecido, e fotografia do filme também é incrível! Mas me espanta que o protagonista, Emile Hirsh, não tenha sido indicado como melhor ator: a atuação dele como Chris é incrível.
O filme é um pouco longo, pouco menos de duas horas e meia de duração, e ainda sim encontrei falhas incríveis em relação ao livro. As motivações de Chris e sua preparação para a viagem ao Alasca foram apenas superficialmente abordadas, dando a sensação de que ele era apenas um menino rico inconsequente que queria se mostrar. O lado mais humano, a inteligência e as informações que ele buscou ao longo do caminho muitas vezes nem sequer foram mostradas, o que eu realmente achei uma pena. Por outro lado, muitos detalhes do livro também ficaram de fora, pessoas que conviveram com Chris ao longo da jornada que nem sequer foram citadas. O lado "aventureiro/mochileiro" foi o que mais prevaleceu, e ainda sim, considero um dos melhores filmes que já vi. Vale a pena conferir, com certeza!
A Verdadeira História (Com Spoiler!)
Independente de quais tenham sidos os erros ou acertos de Chris durante a jornada, é impossível não ser sensibilizada pela sua história. Algumas fotos mostradas tanto no livro quanto no filme achei interessantes, e resolvi trazê-las pra cá e falar um pouco com vocês a respeito. Se você ainda não assistiu o filme ou leu o livro, fica o aviso de possibilidade de spoilers adiante!
O mapa mostra a exata localização da trilha, do ônibus e das localidades próximas, inclusive uma rodovia e um parque nacional, onde ele poderia ter buscado ajuda, quando percebeu que estava ficando sem alimento. Também mostra diversas rotas que ele poderia ter explorado para uma possível saída futuramente, já que presumivelmente ele sabia que o rio em que ele havia atravessado na chegada receberia as águas de degelo dos picos mais altos, no verão. No livro todos esses detalhes estão bem detalhados e é angustiante o quanto a ajuda esteve perto - e ao mesmo tempo, tão longe.
Placa original entalhada pelo Chris, nos primeiros dias no ônibus,
ainda repleto de entusiasmo e encanto pelo Alasca.
Uma das fotos mais emblemáticas da vida de Chris, na minha opinião. A expressão de paz e
felicidade que ele mostra me faz pensar que ele deve ter se sentido imensamente
realizado, por estar vivendo seu sonho
Uma das poucas fotos "oficiais" do Chris, e é nítida a diferença tanto na expressão quanto
nas características físicas.
Placa de homenagem que seus pais fixaram no ônibus.
A última foto de Chris.
Tenho que admitir que minha paixão por histórias baseadas em fatos é o quanto podemos nos relacionar com elas, e admirar verdadeiramente uma pessoa que realizou algo extraordinário. E considero que Chris é uma dessas pessoas, capaz de nos ensinar com a sua própria lição de vida que sempre devemos pensar por nós mesmos, acreditar nos nossos sonhos e se preocupar menos com a sociedade e o politicamente correto. Inspirador e comovente, Na Natureza Selvagem é uma obra que comove e cativa os leitores, e se torna inesquecível como aprendizado.
"As regiões selvagens atraíam aqueles que estavam aborrecidos ou desgostosos
com o homem e suas obras. Elas não só ofereciam uma fuga da sociedade,
mas também um palco ideal para o indivíduo romântico exercer o
culto que frequentemente fazia de sua própria alma. A solidão e a
liberdade total da natureza criavam o cenário perfeito
para a melancolia ou a exaltação."
Trecho de "As Regiões Selvagens e a Mente Humana",
de Roderick Nash, citado em "Na Natureza Selvagem".
Links que recomendo
Christopher McCandless Memorial Website (em inglês, com várias fotos)
Na Natureza Selvagem no IMDb
Back To The Wild (documentário)
Mariiiiii \o/
ResponderExcluirEu sempre tive vontade de ver esse filme, muito me identifico com que gostam de se isolar (mesmo esses extremos).
Nunca assisti por pura preguiça mesmo, mas agora terei de ver!
E como assim, tem o livro??? Não sabia! HUHAUAHAUHA
Prevejo minha lista de leituras crescendo...
Bjos!
=D
http://osdragoesdefogo.blogspot.com
Oi, Kaio! \o/
ExcluirEu também super me identifico, às vezes sinto necessidade de ficar longe da raça humana também, super entendo o Chris quanto a isso! Hahaha.
Nossa, você precisa ler o livro e ver o filme, é muito, muito lindo! Ainda bem que te influenciei em uma coisa boa! Hahaha ❤
Bjos e bem vindo de volta à blogsfera!