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[Resenha] Clint Eastwood: Nada Censurado - Marc Eliot

Oi, gente! Como estão vocês nessa linda e fria quarta-feira?
Hoje vim - finalmente! - trazer a mais aguardada, mais trabalhosa e a maior resenha do blog: a biografia de um dos meus ídolos do cinema, Clint Eastwood.
Foi duro e sofrido suprimir todo o meu lado #fangirl e deixar de fora um monte de fotos e fatos interessantes que o livro traz, mas é humanamente impossível reproduzir em um simples post uma carreira de 57 anos de duração, 73 filmes de sucesso e 8 indicações ao Oscar, com duas conquistas da estatueta mais cobiçada do mundo. O livro traz várias informações de adaptações literárias dos filmes de Clint, que tive que deixar de fora. Mesmo assim, fiz questão de trazer uma resenha com os principais filmes do ator/produtor/diretor e muitas fotos legais, algumas curiosidades e claro, indicações dos meus filmes preferidos!
Então, pegue uma pipoca, um suco geladinho e vem comigo conhecer mais a respeito da vida desse ícone de Hollywood!


O livro é bem abrangente e engloba desde a juventude de Clint até seus mais recentes sucessos. Unindo sua beleza estonteante e seus antigos contatos com os artistas da época, que conheceu quando servia o exército em 1951, ele começou a carreira de sucesso com a série Rawhide, que durou 10 temporadas. Nessa mesma época, Clint se interessou por um  roteiro por que tinha um personagem que seria sua marca registrada, o "Homem Sem Rosto", e fez três filmes de grande sucesso de público e bilheteria: "Por Um Punhado de Dólares", "Por Uns Dólares a Mais" e "Três Homens em Conflito" ou "O Bom, o Mau e o Feio"".
Após os filmes, buscando fugir dos personagens comuns, fundou sua própria produtora, a Malpasso, e logo depois teve a grande oportunidade de aprender com o renomado diretor Don Siegel, enquanto atuava no filme "Meu Nome é Coogan". Também procurou se distanciar dos filmes de faroeste e fez o seu primeiro filme fora do gênero em "O Desafio das Águias". 
Desde cedo Clint mostrou não ter medo de inovar e de buscar papéis diferenciados, que explorassem ao máximo seu enorme potencial. O problema é que nem sempre a crítica ou o público tinham a mesma visão. O primeiro caso de sua carreira em que isso aconteceu foi em "O Estranho Que Nós Amamos", baseado no best-seller de Thomas Cullinam, que ele declarou ser inesquecível. Em parte pelos temas controversos explorados (como exploração sexual e religião), e em parte por uma campanha publicitária mal feita, o filme considerado por muitos o seu mais auto biográfico até então foi um fracasso de bilheteria.
Para o seu próximo trabalho, escolheu o roteiro de "Perversa Paixão" e contando com o apoio de Siegel, Clint fez mais um sucesso de crítica e de bilheteria, embora a Academia tenha basicamente ignorado o filme, ocupada em premiar de Oscar filmes como "Laranja Mecânica" e "Operação França".
Novamente explorando gêneros diferentes, Clint atuou em "Perseguidor Implacável". O filme foi o maior sucesso da carreira de Clint até então, faturando 18 milhões de dólares em 1971, atingindo o 1º lugar na semana de estréia e arrecadando mais de 60 milhões de dólares ao redor do mundo. Foi principalmente graças a esse sucesso que ele foi designado para um mandado de 6 anos no Conselho Nacional das Artes, figurou em 1º lugar na lista de "astros de maior faturamento" e foi convidado pela Academia para ser o apresentador do Oscar de Melhor Filme em 1973. Sim, aquele em que Marlon Brando pediu a uma índia que recebesse a estatueta em seu lugar.
Voltando as telonas, foi o protagonista na aguardada sequência de "Perseguidor Implacável", "Magnum44"; que fez ainda mais sucesso que seu predecessor e superou a marca de dois milhões de dólares na exibição mundial.

Confiando na receita de sucesso de filmes de ação, Clint foi atraído pelo roteiro de "Escalado Para Morrer". A trama foi filmada na Suíça com imensa dificuldade, incluindo uma avalanche que matou um dos alpinistas (Mike Hoover) e feriu outro gravemente (David Knowles). Mesmo com toda a dificuldade e talvez por causa dela, o filme foi um dos maiores fracassos da carreira do astro e marcou um dos pontos baixos na estrela mais do que acensão que tinha se tornado Clint Eastwood.
Ainda em volta com produções problemáticas, seu próximo filme foi "Josey Wales, o Fora da Lei", que embora tenha rendido até mesmo um processo para Clint pela demissão do diretor após a pré-produção, felizmente foi um enorme sucesso, citado pela revista 'Time' como um dos dez melhores filmes do ano.
Seu próximo filme, já em 1975, foi "Sem Medo da Morte"; um dos piores massacres de crítica que já recebeu, mas ironicamente, um dos maiores índices de bilheteria, faturando mais de 60 milhões de dólares e se tornando o mais rentável de Clint até então.
Dois anos depois, buscando retomar o sucesso de seus filmes de ação, fez "Rota Suicida", e conseguiu: o filme arrecadou mais de cem milhões de dólares no mundo inteiro (em 1977!!).
Envolvido com as polêmicas por conta de sua amante de longa data, Sandra Loke, e com o início de um longo e prejudicial processo de divórcio com a ex-mulher Maggie (incluindo um ~furo de reportagem~ da sua relação extra-conjugal na revista People, em 13/02/78, que vocês podem ler em inglês nesse link), Clint resolveu investir em um roteiro no mínimo duvidoso: "Doido Para Brigar... Louco Para Amar", onde ele contracenava, acreditem se quiserem, com um orangotango. Contra todas as possibilidades, o filme foi um sucesso antes mesmo da estréia, devido a sua trilha sonora que ele mesmo nomeou. A música, "Every Wich Way But Loose", com Snuff Garret na composição e Eddie Rabit no vocal, foi um sucesso nas rádios americanas. Após o lançamento, o estranho "efeito Clint Eastwood" aconteceu: as críticas imensamente desfavoráveis e faturamento imensamente alto.
"Alcatraz: A Fuga Impossível", seu próximo filme, foi lançado em 1979 e rendeu a maior quantidade de críticas positivas de sua carreira. O filme também marcou o fim da longa parceria com Siegel, que ocorreu porque Clint não aceitava a divisão de lucros. Seu primeiro trabalho ‘solo’ (sem a direção de Siegel) foi “Bronco Billy” (1980), uma espécie de paródia dos seus próprios personagens do tempo de faroeste.
Enquanto fazia planos para a produção de Firefox, uma adaptação do best seller de Craig Thomas, Clint se depcionou com a sequência de “Doido Para Brigar... Louco Para Amar”, chamado “Punhos de Aço: Um Lutador de Rua”, que custou o dobro e faturou menos que o filme original (nos bons tempos em que Hollywood achava que fazer filmes em sequência era a receita para o desastre). Firefox, por outro lado, faturou 25 milhões de dólares e foi aclamado como “o novo 007”, colocando a carreira de Clint no auge novamente.
No seu próximo filme de sucesso, “Um Agente na Corda Bamba”, houve a estréia da filha mais nova de Clint, Alisson Eastwood, que teve uma pequena ponta. Após a estréia no Festival de Cinema em Montreal em 1984, o faturamento atingiu a marca de 100 milhões de dólares e colocou Clint pela segunda vez na lista de “TOP 10 artistas de sucesso.”
Após nove anos longe dos filmes de faroeste, ele voltou com tudo em “O Cavaleiro Solitário” (1985), que se tornou um dos maiores sucessos de sua carreira.
Nessa época, envolvido em um escandaloso processo de divórcio, Clint fez uma série de filmes obscuros que renderam pouco em sucesso, faturamento e críticas, como “A Força do Destino”, “Bird”, “Cadillac Cor de Rosa” (com o estreante Jim Carey) e “Coração de Caçador”.
Saindo dessa fase, Clint escolheu o polêmico roteiro de “Rookie: Um Profissional de Perigo”, co-estrelado por Sônia Braga e o novato Charlie Sheen. Apesar do fracasso de críticas, o faturamento do filme foi o suficiente para tirá-lo dos fracassos sucessivos e colocá-lo na trilha para a produção do filme “Os Imperdoáveis”, de 1992. Dirigido por Clint e estreado por Morgan Freeman, o filme faturou mais de 160 milhões de dólares (no auge da Guerra da Coréia) e foi indicado a 5 Oscars, vencendo o de Melhor Diretor para Clint, finalmente, aos 62 anos.
Aproveitando o sucesso, ele logo embarcou na produção de “Na Linha de Fogo”, co-estrelado por John Malkovich e Rene Russo, que rapidamente se tornou o seu filme de maior sucesso e record de faturamento (mais de 400 milhões de dólares). Outros sucessos se seguiram, como “O Mundo Perfeito”, co-estrelado por Kevin Costner; “As Pontes de Madinson”, co-estrelado pela Maryl Streep; e “Cowboys do Espaço”, que Clint chamou ~carinhosamente~ de ‘Esquadrão de Velhotes’, estrelado por ele, Tommy Lee Jones, Donald Sutherland e James Gardner.
Em 2003, buscando encerrar sua carreira de ator e investindo na direção de filmes, Clint
escolheu o roteiro “Sobre Meninos e Lobos”, escalando atores desconhecidos até então como Sean Penn, Tim Robbins e Kevim Bacon. Foi considerado um sucesso logo na estréia e recebeu sete indicações ao Oscar, vencendo para Melhor Ator (Sean Penn) e Ator Coadjuvante (Tim Robbins).
Em seus próximos trabalhos, já consolidado em Hollywood como um excelente diretor, fez grandes filmes mundialmente conhecidos como “Menina de Ouro” (2004), vencedor de 3 Oscars (Melhor Atriz Principal para Hilary Swank, Melhor Diretor para Clint e Melhor Filme); “A Conquista da Honra” (2007), com duas indicações para o Oscar; “Cartas de Iwo Jima” , com a terceira indicação ao Oscar de Melhor Diretor Para Clint (que ele perdeu para o Scorsese); e “A Troca”, que rendeu o Oscar de Melhor Atriz Principal para Angelina Jolie.
Com uma carreira imensa e um profissionalismo raramente visto no meio cinematográfico, Clint Eastwood se tornou um dos maiores atores e diretores de Hollywood.  Com uma extensa lista de 73 filmes, 8 nomeações para o Oscar e um dos cinco diretores ainda vivos a possuir duas estatuetas, Clint é conhecido por produções rápidas e abaixo do orçamento. Seus últimos filmes são “Curvas da Vida”, produzido em 2012 estrelado por ele mesmo e co-estrelado por Amy Adams e  John Godman, venceu o Hollywood Film Award e tem nota 6,8 no IMDb; e "Sniper Americano" (2014), vencedor de Melhor Trilha Sonora e indicado a outros 5 Oscars, incluindo o de Melhor Filme.
Longe de encerrar a carreira, o ator/diretor/produtor tem dois projetos em desenvolvimento, segundo sua página oficial: “A Star Is Born”, um musical dramático sobre uma estrela em ascensão, provavelmente estrelado por Beyoncé e ainda sem data de estréia; e “The Balladof Richard Jewell”, também sem data de estréia.

Curiosidades:

Clint Eastwood sabe como ser um cara discreto. Por exemplo, eu não fazia a mínima ideia de que ele tem 7 filhos com 5 mulheres diferentes; e que apesar de ter sido casado "apenas" duas vezes, teve várias amantes mesmo ao longo dos casamentos; normalmente com as atrizes que contracenava. Uma delas, Sondra Locke (sua amante por 14 anos), lhe rendeu uma super exposição indesejável na mídia e um processo longo e polêmico; que rendeu bastante prejuízo ao galã e praticamente destruiu a carreira de Sondra. Foi um escândalo de grandes proporções e vocês podem saber mais nessa entrevista de Sondra.

Clint não é só conhecido por dirigir filmes em tempo record, usando metade do orçamento inicial e "deixando os atores atuarem livremente". Ele também é supersticioso! Na gravação da trilogia dos Dólares ("Por  Um Punhado de Dólares", "Por Uns Dólares a Mais" e "Três Homens em Conflito/O Bom, O Mau e o Feio"), foi um dos casos em que isso aconteceu. Ele teria pedido especificamente para que não lavassem o poncho que usava, durante toda a produção, que foi de 1964 a 1966.

Indicações

Dificilmente eu considero um filme de Eastwood ruim, até mesmo os de faroeste, que estão entre os meus gêneros menos preferidos. Ainda não assisti "Sniper Americano", porque quero ler o livro antes, e assim que eu ler e assistir prometo fazer uma resenha dupla para vocês. Mas dos filmes que já vi, claro que tenho meus favoritos, e faço questão de indicar! Vocês podem conferir pela foto abaixo, por ordem de preferência. Se ainda não viram, assistam!




Até mesmo os posts gigantescos chegam ao fim. Se vocês chegaram até aqui, muito obrigada! 
Bjos & Até a próxima ;)



#chupaScorsese
HAHAHAHA

Fontes: 

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